Amor infinito ao Direito e à Justiça     

Amor infinito ao Direito e à Justiça     

Na década de 1970, a jovem aluna Eneida Melo, ainda pelos corredores da Faculdade de Direito do Recife, apaixonou-se pela Magistratura, carreira que só abraçou em 1980, por concurso, após atuar por anos como servidora da Justiça do Trabalho da 6ª Região (de 1973 a 1980). Sua história, marcada por reveses – tanto que teve seus direitos cassados, ainda quando estudante, ficando proibida de frequentar a universidade por três anos – só fortaleceu seu senso de justiça e amor pelo Direito, sentimentos que fez questão de repassar às filhas Rosa e Mariana.

Mãe e filha na magistratura. O que têm em comum e o que têm de antagônico?
Eneida – Em comum, muita coisa: o sentido de jamais postergar o que precisa ser feito; o permanente interesse em aprender, o fundamental vínculo de solidariedade com os colegas, advogados e demais profissionais do Direito, formando um elo que só fortaleça a Justiça do Trabalho. Já de antagônico, tenho muita sorte, pois não vejo nada em relação a minhas duas filhas, seja de caráter ideológico, político, visão da Magistratura, nem do próprio Direito.

Mãe e filha na magistratura. O que é motivo de orgulho em sua filha?
Eneida – Não escondo de ninguém: tenho o maior orgulho das minhas duas filhas. Rosa é uma das grandes magistradas que conheço, por seus méritos pessoais, por sua dedicação ao trabalho, seu amor infinito ao Direito e à Justiça.

De alguma forma sua filha a inspirou/ensinou algo na carreira?
Eneida – Minhas filhas são fonte de ensinamento cotidiano. Não deixam que eu esqueça, nunca, como é importante lutar, persistir, estudar, tudo sempre com dedicação e compromisso absoluto.

Na sua trajetória, mudanças ocorreram quando o assunto é maternidade na magistratura? O que poderia destacar?
Eneida – O mais importante, sem dúvida, foi o prazo da licença maternidade. Quando tive a minha primeira filha, eram apenas 3 meses; atualmente o prazo é maior, embora possamos vir a ter outros avanços. Importante, também, lembrar a concessão de licença especial para casais homossexuais, quando da maternidade/paternidade, como já tivemos na 6ª Região, fundamental para proteção à criança e à maternidade.

Qual conselho seu “EU FUTURO” daria para um(a) filho(a) que desejasse ingressar na magistratura?
Eneida – Na verdade, não tenho mais idade para a maternidade, porém, se ainda pudesse, recomendaria o concurso. Faça, sim, pois o país precisa de você; a Justiça do Trabalho, mais do que nunca, precisa de nós. Não só de magistrados, magistradas, mas de todos que amam o Direito e querem tornar sempre vivo o Direito do Trabalho.